Empresas familiares: desafios, estratégias, exemplos
As empresas familiares, muito comuns no Brasil, são empreendimentos desafiadores quando falamos da gestão do negócio. Apesar de serem permeados pelo sentimento da confiança, alguns pontos, como a primeira sucessão por exemplo, podem ser bastante difíceis.
Estes e outros desafios são inerentes a este tipo de empresa, porém, quando bem sucedidos costuma fazer bastante sucesso e garantir o sustento da família por gerações. Podemos citar aqui empresas famosas como o Walmart, Itaú Unibanco, Volkswagen e vários outros.
Contudo, percebemos algo em comum nessas empresas e que é fundamental para o sucesso dos negócios: sucessão organizada, processos estruturados e profissionalização familiar.
Quer entender melhor como funcionam as empresas familiares e os principais desafios para evitar que elas fracassem? É só seguir a leitura que vamos te mostrar tudo.
O que são e como funcionam as empresas familiares
São empresas privadas controladas por membros da mesma família no decorrer das gerações. Contudo, ao contrário do que pode parecer, este tipo de organização não precisa, necessariamente, ter todos os membros da gestão da mesma família.
Existem organizações que funcionam com capital aberto, gestão profissionalizada e que são consideradas familiares. Isso porque, grande parte dos acionistas são da mesma família que a fundaram. Ou seja, os acionistas são da mesma família mas os gestores são contratados.
Segundo o Jornal da USP (Universidade de São Paulo), cerca de 90% das empresas brasileiras são consideradas familiares. O percentual elevado deve-se a possibilidade de garantir uma fonte de renda constante para a família. Esse é o principal motivo que leva o empreendedor a abrir um negócio familiar. Outros fatores são a confiança e a partilha dos mesmos valores que norteiam a criação da empresa.
Principais tipos e características das empresas familiares
Apesar de serem criadas, na maioria dos casos, para garantir o sustento da família, existem vários tipos de empreendimento e cada um deles possui suas características e desafios. Continue a leitura para entender melhor cada um deles.
Empresa familiar tradicional
São as empresas que têm capital fechado e pouca transparência administrativa e financeira. São formadas, em sua grande maioria, por micro, pequenas e médias empresas. A gestão fica por conta de membros da família e os processos de sucessão costumam ser desorganizados e complicados.
Empresa familiar híbrida
Estas empresas têm capital aberto e qualquer um pode tornar-se sócio, porém, a família fundadora mantém o maior percentual das ações. Elas, como é comum em empresas de capital aberto, possuem maior transparência do que as empresas tradicionais.
É comum a estas empresas terem a gestão exercida por profissionais contratados no mercado.
Empresa com influência familiar
Nestes casos a empresa também é de capital aberto, contudo a família fundadora não tem a maioria das ações. Elas continuam sendo consideradas familiares, pois os familiares ainda mantém grande quantidade de ações e têm influência nas decisões.
A gestão de empresas familiares
Como dissemos, os negócios familiares são pensados para garantir o sustento da família e são formados por pessoas que compartilham os mesmos valores e confiam uns nos outros. Ou seja, garantia de sucesso, certo?
A verdade é que a realidade não é bem assim. Sendo assim, a gestão de empresas familiares impõe vários desafios que podem levar a empresa ao fracasso. Vamos entender melhor alguns deles.
Pontos fortes e fracos
Pontos fortes
Comando único, centralizado, com decisões rápidas em situações de emergência administrativa;
Estrutura administrativa simples;
Facilidade em adquirir financiamentos em poupanças feitas pela família, evitando juros;
Relações locais fortalecidas, com geração de credibilidade;
Investimento em capacitações traz retorno dentro da própria empresa;
Confiança mútua;
Pontos Fracos
Parte emocional e laços afetivos influenciam nas decisões;
Autoritarismo do fundador, misturado com paternalismo;
Resistência à mudança;
Expectativa exagerada nos empregados;
Habilidade política maior do que a característica ou competência administrativa;
Sucessão nas empresas familiares
O processo de sucessão deve ser planejado com antecedência para que, quando for necessário, esteja tudo documento e a transição aconteça sem maiores problemas. É importante que todos os membros estejam cientes e o processo deve ser iniciada, quando possível, com a presença do fundador e a participação de todos.
O diálogo entre todos os envolvidos é importante, para que seja criado a hierarquia administrativa entre os herdeiros do empreendimento. É importante não confundir a definição de funções, parte da transição, com a constituição do novo organograma societário.
Sócio menor de idade
Caso um dos herdeiros seja menor de idade, ele pode fazer parte da sociedade, porém com algumas restrições legais: ter entre 16 e 18 anos, o capital da empresa precisa ser integralizado na constituição do negócio, bem como nas alterações contratuais. Além disso, ele não pode exercer nenhum cargo de poder gerencial ou administrativo.
Em caso de emancipação o jovem que tem entre 16 e 18 anos, pode entrar em qualquer tipo de sociedade, inclusive assumindo cargos administrativos.
03 principais problemas da gestão de empresas familiares
1. Divergências entre gerações
Esse é um dos principais desafios entre as empresas familiares, principalmente sobre pontos de vista administrativos. Enquanto os mais jovens querem modernizar, arriscar e experimentar, os mais velhos tendem a serem mais conservadores, muito em função da ligação emocional com a área de atuação.
Escolha a via do diálogo e do planejamento estratégico para a gestão, bem como para a sucessão organizada da empresa.
2. Falta de hierarquia
O organograma da família não é o mesmo da empresa. Ou seja, se alguém está em cargo superior na empresa, é ele que tem a palavra de decisão, mesmo que na família estejamos falando de sobrinho e tio, ou irmãos.
Estas relações costumam se confundir o que necessita explicitar o sistema hierárquico da empresa para todos.
3. Falta de investimento em capacitação
É certo que falamos que o investimento em capacitação reverte em frutos para dentro da empresa. Porém, um problema em empresas familiares e o investimento em capacitação apenas dos membros da família.
É preciso ficar atento que todos os funcionários da organização precisam passar por treinamentos. Além de melhorarem suas habilidades e entregas eles vão se sentir valorizados, o que contribui para a retenção de talentos.
Como atingir o sucesso com uma empresa familiar?
Bom, acredito que essa resposta tenha sido respondida no decorrer do texto, porém, vamos resumir os processos na lista abaixo.
Planeje os processos e as sucessões;
Invista na capacitação de todos os funcionários;
Dialogue com todas as gerações da empresa;
Evite disputas de poder;
Controle das emoções;
Garanta que todos estão comprometidos;
Evite conflitos familiares e administrativos;
Defina a hierarquia da organização;
Acompanhe a tecnologia e inove sempre;
Espero que vocês tenham gostado do nosso conteúdo e que tenhamos conseguido te mostrar os principais desafios que fazem com que as empresas familiares fracassem. Já pensou em contar com a ajuda de uma consultoria especializada para ajudar a sua empresa a alavancar os resultados? Entre em contato com a gente e converse com um de nossos advogados especialistas.